quinta-feira, 8 de agosto de 2013

GOD SAVE THE... ULTRAS !!!


(Quase) assim reza o hino britânico que nada nos diz, mas que apenas podemos tirar a ideia de que nem Deus consegue salvar a Rainha de Inglaterra dos escândalos da família real...
...E nós?! Quem nos salva de tanta vergonha e incoerência?! Só nós próprios.
Um apelo que aqui quero deixar a todos os verdadeiros ultras da nossa pátria. Neste início de campeonato espera-se que chegando ao fim deste se possa fazer um balanço positivo. Não quero que após lerem este artigo de opinião digam que existe mais um "Fábio Bruno" em Portugal. O meu único desejo, e deixando de lado as preferências clubísticas, é que todo o mundo ultra cresça saudável e sem podridões no nosso país.
Se na época passada já foi menos mal espera-se que esta época seja melhor ainda. Para que isso aconteça não nos podemos esquecer dos erros do passado (bem próximo) (...)
É de rever a utilização do material pirotécnico usado e é também de rever quem o utiliza. Prefiro pensar que tudo não passou de um acidente, mas acidentes destes não podem acontecer. Com isto só as claques é que ficam a perder pois as autoridades, muito dificilmente, nos vão deixar utilizar tochas e fumos. O que serve para fazer uma festa de côr, é proibido por um erro fatal. Já se tinha falado em pôr os espectáculos pirotécnicos de lado mas enquanto as mentalidades não mudarem teremos que continuar a fazer as coreografias só nos jogos grandes, que é quando os estádios estão cheios e elas resultam.
As forças policiais desempenham também um papel importante na actuação das claques, e muitas vezes ficamos mal vistos por culpa das autoridades que abusam, facilmente, de nós, reprimindo-nos em quase tudo. E mais uma vez só nós o podemos evitar não lhes dando motivos para actuarem, porque alguns destes srs. pensam que como houve problemas no dia tal com o grupo "x" passado um mês ou dois o grupo "y" também pode levar porque "são todos iguais".
Há que combater a tendência que existe para a violência. Os grupos de 1º plano têm que ser os primeiros a dar o exemplo, para que os grupos mais pequenos não tentem superá-los de forma negativa. Há que fazer parar e irradicar dos nossos grupos os pseudo-ultras que utilizam as claques para se tentarem destacar. A nós, dirigentes das claques e às respectivas organizações, cabe-nos impôr e ditar as nossas regras, porque quando se está à frente de um grupo é para o guiar ao bom caminho e não é para o deixar cair na violência e outras cenas tristes.
Gostava que pensassem neste apelo, pois é isso que eu pretendo fazer, "apelar à dignificação das claques". Há que separar o trigo do joio, há que pôr as claques de um lado e os grupos de arruaceiros do outro e talvez aí tenhamos um bom motivo para lhes esmurrar a cabeça. Pois assim talvez entendam que o mundo ultra não é para eles mas sim para nós.
"God save the... Ultras"

Emanuel Lameira (na altura líder dos Diabos Vermelhos)
Revista SUPER ULTRA, Setembro de 1996


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